Os valores estão completamente invertidos
Na escola eu era obrigado a andar nos corredores pela direita, o que nada me custou, e a não correr que nem um louco pelo edifício. Tinha apenas seis anos. Não me considerando muito inteligente, a mensagem foi bem entendida, e nem eu, nem outros tantos, transgredíamos estas regras. Hoje, fico estupefacto com a facilidade de certas crianças em evolução física avançada, usarem as suas viaturas para fazerem um teste de probabilidades. "Se eu for nesta rua de Lisboa a 100 km/h, a probabilidade de atropelar alguém é mínima, talvez uns 5%...". Mais… são campos de batalhas, de demonstrações de gladiadores, mais rápidos e mais fortes, e com um vasto conhecimento de disparates para serem ditos ao inimigo.
Há uns dias, foi confrontado com aquilo que sempre acharia impossível. Circulava na segunda circular, na faixa esquerda dos gladiadores, e uma senhora de idade bastante avançada, com os olhos colados ao vidro da frente, resolveu mudar de faixa, sem qualquer sinal de pisca, fazendo com que eu travasse quase a fundo para evitar o pior. Apitei e ela desviou-se. Quando passava por ela, descobri que se tratava de um piloto experiente da Força Aérea do Lar de Santa Teresinha das Altas Montanhas da Colina do SOL (F.A.L.S.T.A.M.C.S.), a avaliar pelo F-16 carregado de bombas, que esta senhora me mostrou saber representar com os dedos da sua mão direita, e que exibia fazendo movimentos que só um Ás mais experiente poderia executar! Bom, se calhar até não estou a ser justo e esta senhora sofria de alguma espécie de artrose, que lhe tivesse apanhado o dedo da discórdia e que tivesse colocado este sempre numa posição firma e hirta, causando o terror na estrada a todos os condutores…
Será que sempre foi assim? É moda? Estou desactualizado? Sou novo de mais?
Rapidamente imaginei a mesma, com uma perna flectida encostada a um prédio qualquer, a enrolar uma “gansa” e a cuspir para o chão, a discutir com a Dona Maria do Carmo, ou “Calé” para os amigos sobre o acidente da Dona Maria Emília Cajó!
Eu pergunto, se não são as nossas avós as nossas Instituições de Valores, a quem é que foi entregue essa tarefa? Aos mais jovens? Os jovens hoje são todos empresários, pois todos têm “Cotas” em casa. Os pais são vistos com acções da bolsa, e as suas leis e conselhos, “cenas out”, desactualizadas. O pior é que ainda não vi a nova legislação juvenil expressa ou por outra, impressa em nenhum sítio. São normas espalhadas pela “net”, corredores de escola, bancos de jardim, becos do bairro ou arcadas de prédios. São cada vez mais “Espertinhos”, sabem tudo e não necessitam das suas “Cotas” sociais para decidirem o seu dia a dia. Qualquer dia, voltamos à idade média, onde os reis e governantes tinham apenas doze ou treze anos! Devia ser lindo! Um debate entre o puto Marcelino Rebelo de Sousa e a chavala Judite de Sousa, ambos irmãos como sabem…
(Judite) –“Meu, o que é que achas desta cena das gajas tirarem os bebés?...”
(Marcelino) – “Sei lá isso é com elas…”
(Judite)- “Népia, aquela cena acho que pode matar!”
(Marcelino)- “Achas?! Alguma vez? É verdade, pede ao teu colega “puto C note” o “Need For Blood” da “PS7” para eu jogar uma “beca”…”
Pois é, está tudo invertido e sinceramente não sei se vou conseguir, contrariar este efeito de rotação de valores, aquando tiver um puto, pois nessa altura sou uma “Pai Lda”. Cuja maioria das “Acções” são da inteira propriedade dele, meu filho…
2 Comments:
lol, buédaloucoi méne!!!
thank's dude...
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